39 anos do Grupo Folclórico distribuiu castanhas portuguesas na Casa de Portugal

Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada

O presidente da casa Dr. Julio Rodrigues entregou homenagens no palco da casa, ao lado de Vasco Monteiro e Ernesto Lemos.

 

A Casa de Portugal de São Paulo promoveu Magusto a moda trasmontana, mais um evento de sucesso, na noite de 24 de novembro, comemorando 39 anos de fundação do seu Grupo Folclórico. A noite contou ainda com apresentação do cantor português Quim Barreiros, e farta distribuição de castanhas.

“Há 35 anos, eu era o vice-presidente cultural, e pedi a direção que trouxesse o Quim Barreiros, foi realmente muito difícil. Ele é um cantor popular que faz músicas apimentadas. Nessa altura nós conseguimos trazer, foi uma loucura. Fechamos as portas porque não tinha condição de entrar mais ninguém. E agora, algumas pessoas também disseram que a Casa de Portugal não deveria trazer Quim Barreiros, mas eu acho que temos que trazer o popular e o ‘top’. E a nossa casa está lotada, com mais de 500 pessoas, haja vista que o povo gosta” diz o diretor cultural sobre o cantor que é seu amigo pessoal. “Ele não falha em uma Queima das Fitas em Coimbra, na festa de formatura dos alunos. É um grande artistas, Quim Barreiros para mim é como se fosse um irmão” diz Vasco Frias Monteiro.

Vasco, que foi um dos fundadores do Grupo Folclórico da Casa de Portugal, teceu elogios para o grupo, citando como um dos melhores de São Paulo e do Brasil, e parabenizou também o diretor atual Ernesto Lemos, no seu comanda há 30 anos. “O Grupo já foi a Portugal seis vezes, e em todas fizemos um sucesso extraordinário” diz Vasco, que comemora os 39 anos de existência “ininterruptamente”. Segundo o diretor cultural o evento comemorou ainda o Dia de São Martinho. “Em Portugal é época de castanha. Nós trouxemos as castanhas, foram servidas assadas nas mesas, uma festa realmente de Portugal. Este ano a festa de São Martinho vai ser completa, vamos fazer uma representação de como se experimenta o vinho novo”.

Segundo Vasco Frias, as castanhas assadas vieram de Portugal através do importador mercado Santa Luzia. “Hoje não é fácil desembarcar uma castanha no aeroporto, por causa da alfândega. Só alguém com conhecimento de importação e exportação pode fazer algo neste sentido. Sr. Jorge fez isso para nós” diz e confirma que foram assadas meia tonelada de castanhas.

“A Casa de Portugal tem que fazer festas de nível, e também tem que fazer festas populares. A nossa comunidade luso-brasileira e principalmente os portugueses que vieram há 50, 60 anos gostam de rever a sua origem” diz Vasco mencionando ainda que o vinho servido foi cedido pelo vinicultor de São Bernardo, Manuel Rodrigues de Almeida. “No dia de São Martinho se abre o vinho novo, porque ele tem que ficar um pouco adormecido no pipo antes de abrir”.

Manuel de Almeida, da Catedral do Vinho, serviu 90 litros de vinho na festa, feito em fevereiro. “Ele já está pronto para ser bebido” diz o produtor de vinho do ABC que foi convidado pela casa para participar da festa. “Nós furamos do meio para cima do barril porque o vinho está menos turvo, com a verruma nós fazemos o furo para o vinho ser provado”.

A Casa de Portugal prepara agora sua Ceia de Natal encerrando 2012. No início do próximo ano, a casa vai promover novamente a Festa da Cereja, entre outros eventos. “Vamos trazer artistas de nome em Portugal, fadistas de primeira linha. Este é Ano de Portugal no Brasil, então temos que fazer algumas coisas diferentes” afirmou Vasco que viajou na mesma semana para Portugal, quando teve reunião com conselheiros das comunidades portuguesas.

“Agradecemos ao Jornal Mundo Lusíada pela divulgação e tenho certeza que veio muita gente através do Mundo Lusíada, sem dúvida nenhuma é a mídia que está presente. Realmente estou surpreso, pensei que não viesse tanta gente” afirmou Vasco.

A linda apresentação do Grupo Folclórico da Casa de Portugal pode ser visto no site: youtube.com/MundoLusiada. Após demonstração das castanhas sendo assadas, os convidados saborearam fartamente as castanhas portuguesas e o vinho distribuído na festa. Ao final, assistiram a apresentação de Quim Barreiros.

Nos 40 anos, grupo quer reunir antigos folcloristas

Ao Mundo Lusíada, Ernesto Lemos afirmou que cantor Quim Barreiros entrou no palco elogiando o grupo. “Ele sabe que quem toca ali, toca muito” afirma Lemos que nesta noite apresentou novos componentes no palco. “Eu sempre quero componentes mais jovens, porque sai um entra outro, por isso o grupo está sempre nessa ativa e com bastantes componentes” diz Lemos que quando tem componentes de primeira viagem, já incentiva a apresentação desde o primeiro ensaio.

No folclore desde 1963, Ernesto Lemos sente orgulho pelo histórico e reconhecimento que o grupo tem, até mesmo fora de São Paulo. “Mas também tenho o pé no chão, sei que de hoje para amanhã pode não ser assim. É como time de futebol que está muito bem, e no outro ano cai. Por isso procuro sempre estar renovando. Tem grupos folclóricos que ficam com aqueles componentes que sabem dançar, ninguém entra ninguém sai, de uma hora para outra acontece alguma coisa, e ficam sem componentes. Eu não, se sabe dançar uma música, eu já coloco para dançar principalmente nas festas da Casa de Portugal”, diz o diretor sem esquecer de elogiar ainda os componentes que já estão no grupo há muitos anos.

Para o ano que vem, Ernesto Lemos pretende reunir os ex folcloristas da Casa de Portugal. Nos 40 anos de fundação do grupo, o diretor e ensaiador quer todos os antigos que já dançaram no grupo. “Ano que vem, quero fazer uma apresentação com os ex-folcloristas, e com o grupo atual, para o aniversário de 40 anos. Vou tirar um dia para ensaiar algumas músicas e conseguirmos fazer um grupo veterano da casa” informa Lemos. “Todo mundo que já participou do grupo e vier, pode participar, mesmo se está atualmente em outro grupo folclórico”.

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