250 anos depois: “Beethoven deveria ser chamado de doutor”

Doutor em neurociências e psicologia comemora os 250 anos do maior músico de todos os tempos, em seu conceito, que o denomina de gênio.

Da Redação

Especialista em estudos da mente humana e de inteligência, Fabiano de Abreu que têm diversos artigos científicos aprovados, inclusive, é precursor nos estudos de que a internet deixa as pessoas menos inteligentes, garante, que Beethoven era um gênio para todas as épocas.

Há exatos 250 anos, nascia, na cidade de Bonn, na Alemanha, um dos maiores nomes da história da música: Ludwig van Beethoven. Ele não só revolucionou a música clássica, como também deixou um legado que até hoje influencia compositores dos mais diversos estilos

Para o cientista, o músico era um gênio de todas as épocas, podendo ser chamado de um “extraterrestre”.

“Beethoven era um gênio não da sua época, mas de todas as épocas, veja quanto tempo já se passou e poucos chegaram à sua altura, menos ainda os de depois de sua época definindo-o então como algo/alguém “extraterrestre”, podemos dizer.”

Não se sabe se houve ou não influência de Mozart já que Beethoven compôs sua primeira sinfonia com 30 anos de idade quando Mozart já estava terminando a sua obra orquestral. Mas suas sinfonias, são até hoje utilizadas em filmes e, no caso do cientista, em seus estudos:

“Para mim, Beethoven foi o maior de todos, mas gosto é pessoal, particularmente, estou atingindo o “ecstasy” em meus estudos com o fundo musical de sua sétima sinfonia, mas perco a concentração quando escuto Allegretto onde viajo de maneira surpreendente chegando a fechar os olhos.”

Na opinião do cientista, membro da Federação Européia de Neurociência, deveriam ser classificados os músicos em graus de competência.

“Há músicas e músicos, há músicas fáceis de tocar e cantar, outras de grande dificuldade. Conseguir criar algo inédito e tão espetacular como Beethoven, é um feito para os gênios e se muitos são chamados de músicos, então Beethoven, Mozart, entre outros, só podem ser chamados de doutores e lendas musicais. Até que seria bom considerar graduações para músicos, desde aprendiz, especialista à doutores.”

Confira mais sobre a vida do músico famoso, neste conteúdo da Agencia Brasil:

Os primeiros passos (e notas)
Ludwig van Beethoven nasceu em 17 de dezembro de 1770, na cidade de Bonn, na Alemanha. Filho de um tenor da corte real, Beethoven começou cedo sua relação com a música. Ensinado pelo pai, que o submetia a horas de estudo no piano, ele começou a se apresentar aos sete anos. Com dez anos, já dominava a obra completa de Bach.

Com 21 anos, Beethoven se mudou definitivamente para Viena, na Áustria, cidade onde se estabeleceu e se tornou um respeitado compositor. Aos 26 anos, os primeiros sintomas da surdez que o acompanhou por toda vida começaram a se manifestar. Entretanto, o problema de saúde não o impediu de criar suas mais famosas obras.

Sem ouvir, mas com ouvido musical
Aos 44 anos, Beethoven viu toda a música de sua vida ser substituída pelo mais absoluto silêncio. O compositor, que começou a demonstrar os primeiros sinais de surdez aos 26 anos, perdeu completamente a habilidade de escutar nesta idade, passando a se comunicar através de pequenos cadernos.

Ele se mostrou, porém, incapaz de abandonar a música. Apesar da redução na quantidade de suas composições, aumentou a qualidade de sua produção. Foi neste período que compôs três de suas obras mais famosas: o Quarteto para Cordas (Opus 131), a 9ª Sinfonia e a Missa Solene.

Um romântico clássico
Além de compor peças memoráveis e premiadas, Beethoven foi, para muitos, precursor de uma nova era na música: a romântica. Apesar de iniciar a carreira em meio ao período clássico, marcado pelo ideal de racionalidade, compôs as últimas obras recheadas de drama, tensão, exploração harmônica e estrutural. Essas características se encaixam no contexto do movimento romântico.

Uma das principais transgressões musicais foi incluir solistas vocais e coros no movimento final da 9ª Sinfonia. Até então, esse gênero musical era exclusivamente instrumental. Não é possível dizer que ele tenha sido o “primeiro romântico”, mas foi o primeiro a mesclar os estilos. Um romântico clássico.

Os últimos dias
Beethoven morreu em 26 de março de 1827. Não há certeza da causa da morte do compositor. Algumas versões apontam que ele morreu por problemas relacionados ao álcool. Outras apontam para morte por envenenamento com anuência de seu médico. Em suas últimas palavras, ele teria dito “aplaudam, amigos, a comédia terminou”. Verdade ou não, a despedida de Beethoven, em Viena, teve um público de cerca de 20 mil pessoas que aplaudiram uma trajetória que não acabou com a sua morte.

Composições premiadas
A prova de que a audição limitada não atrapalhou o talento de Beethoven está no reconhecimento de suas composições por parte do próprio meio da música clássica. Em 2016, a BBC Music Magazine fez uma votação entre 151 maestros para escolher as melhores sinfonias da história.

Beethoven ganhou “medalha de ouro e de prata”. Eroica (a terceira sinfonia de Beethoven) ficou em primeiro lugar. O segundo lugar da lista ficou outra obra de Beethoven, a 9ª Sinfonia (chamada Coral). Ambas composições foram criadas quando ele já começava a ser acometido pela surdez (sendo que a 9ª Sinfonia foi composta quando ele já era completamente surdo).

Legado no cotidiano
A obra do compositor transcendeu a música clássica. Ela alcança pessoas que talvez nunca cheguem a saber quem era Beethoven. A prova disso é que composições dele podem ser escutadas nos espaços mais corriqueiros.

Für Elise (Para Elise) pode ser escutada em esperas de telemarketing e até em caminhões distribuidores de gás de cozinha. A introdução da Sinfonia Nº 5 virou sinônimo para suspense enquanto a Ode a Alegria embala momentos vitoriosos em esportes. Sem contar trilhas que embalam espetáculos musicais ou filmes como, por exemplo, Laranja Mecânica ou Duro de Matar.

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