25 de Abril “tem de ser comemorado porque democracia não está suspensa”, diz presidente

Da Redação
Com Lusa

O Presidente de Portugal defendeu que o 25 de Abril “tem de ser comemorado” porque nem o país nem a democracia estão suspensos, remetendo para o parlamento a forma de assinalar a data durante a pandemia de covid-19.

“A Assembleia da República decidirá como tem de celebrar o 25 de Abril, mas sei pelo que tenho falado com o presidente da Assembleia da República que quer comemorar o 25 de Abaril e tem de ser comemorado, porque a democracia não está suspensa, o país não está suspenso”, afirmou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, no final de audiências com o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e com as bastonárias das Ordens dos Enfermeiros e dos Farmacêuticos.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou que terá de haver o “bom sendo de escolher as formas de celebração que sejam mais adequadas”.

“Temos de enfrentar com o mínimo de sacrifícios possível e em saúde e em vida uma crise sanitária que não tem paralelo na história contemporânea portuguesa”, salientou.

Sobre a forma concreta que deve haver assumir essa comemoração – que habitualmente é assinalada com uma sessão solene na Assembleia da República, com discursos do chefe de Estado, do presidente do parlamento e de todos os partidos e centenas de convidados -, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu a decisão para os deputados e para Ferro Rodrigues.

“A palavra decisiva é da Assembleia da República e o Presidente da República é solidário com aquilo que for a posição da Assembleia da República que, na altura devida, brevemente espero, a irá tornar pública”, disse.

O Presidente da República defendeu que “há datas que não podem deixar de ser celebradas”, incluindo neste leque o 10 de junho, depois de na quinta-feira ter anunciado um modelo diferente do previsto para assinalar o Dia de Portugal, que será celebrado em Lisboa em vez de na Madeira e África do Sul, o que poderá acontecer em 2021.

“Era uma insensatez transportar centenas de civis e militares do Continente para a Madeira, num período em que pode não estar terminado o processo sanitário”, justificou, admitindo que a celebração aconteça junto aos Jerónimos “com o comedimento próprio das circunstâncias próprias vividas pelo país”.

Nesta sexta-feira, o presidente também comentou sobre a epidemia, apesar da longa situação que “custa aos portugueses em termos de cansaço”, admitiu que “é uma prova de resistência, e não se pode facilitar nessa resistência, se se facilita o vírus ganha espaço”, advertiu.

O pico da pandemia em Portugal se estima agora que aconteça em maio. “O esforço que está a ser feito para achatar a curva, impedindo um pico rápido”, o que levaria à ruptura do Sistema de Saúde, defendeu.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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