Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada
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>> Integrantes do Rancho Folclórico e da diretoria no corte do bolo.
Na tarde de 05 de dezembro, o Rancho Folclórico Pedro Homem de Mello lotou o salão de festas do Santuário Nossa Senhora de Fátima para a comemoração dos seus 22 anos de fundação.
Para a coordenadora Fátima Macedo, este é um grupo folclórico que já começou grande há 22 anos. “Toda a comunidade, toda a platéia é que fez este grupo grande. As pessoas acham que o PHM é um rancho vaidoso, metido. Mas nós não dizemos isso e não somos metidos. Nós apenas divulgamos o melhor que podemos fazer, dentro do Brasil, o folclore de Portugal”. Segundo ela, tudo é feito o mais autêntico possível, com trajes vindos de Viana do Castelo e até com as cores que se usava no Século 19. “Quando vamos para as apresentações com aquela elegância, as pessoas dizem que somos metidos. Não é isso. Nós tentamos mostrar para o público o melhor”.
Fátima revelou que tem uma biblioteca com diversos livros e que não veste nada que não passe pelas mãos “daqueles conhecedores de folclore do Distrito de Viana”. O grupo se apresentou com 30 componentes, dentre muitos jovens. “Tentamos sempre mostrar para eles o que é essa cultura portuguesa dos antepassados da maioria daqueles que estão presentes aqui hoje”.
Em seu agradecimento, o diretor do grupo Justiniano Macedo também referiu que eles não se colocam como o melhor rancho folclórico. “Eu falei que não éramos os melhores porem em traje e instrumentos musicais, concertinas e outros instrumentos de corda, não tem rancho no Brasil e talvez em Portugal que tenha a quantidade e a nossa qualidade. Sem medo nenhum de provar” diz Macedo. Segundo ele, o PHM encomendou uma concertina que só existe quatro modelos em todo o mundo, a Concertina de 4 Carreiras. Feita na Itália, a peça segue para Portugal e foi produzida especialmente para o rancho.
“Durante estes 22 anos, muita coisa mudou. O rancho PHM dançava moda variada de norte a sul de Portugal, e com o passar do tempo fomos ficando mais no norte, e hoje dançamos a Província do Alto Minho” diz Justiniano, contando que o trabalho não é fácil. “É difícil em certos momentos, a parte boa é esta da festa. Mas o trabalho é oneroso, os ensaios são difíceis, sempre falta alguém porque as pessoas têm seus problemas e temos que entender. O jovem de hoje é mais difícil de agrupar”.
Para Macedo, diretor do único rancho folclórico em São Paulo que esteve cinco vezes em Portugal, não é de qualquer maneira que se pode colocar um traje, defendendo que deve-se prezar por aquilo que os antepassados faziam. “Não admito que uma componente minha vista um traje folclórico e fique fumando um cigarro ou mascando um chiclete. Não admito estar de traje e com unhas pintadas. Nós estamos representando mais de cem anos atrás, isso não existia naquela época, e também não justifica usar atualmente. A partir do momento em que está trajado, é um componente do rancho Pedro Homem de Mello, não deve desfilar de qualquer jeito. Não admitimos”.
Segundo o diretor, esta importância da preservação da cultura é passada aos jovens, e segundo afirma, ele diz que chega a ser chato para que nada atrapalhe a boa qualidade do folclore. “Prefiro pecar pelo excesso de zelo” diz Justiniano.
O evento do grupo trouxe uma programação diferenciada ao público. Após a apresentação do folclore português, o cantor dos anos da Jovem Guarda, Claudio Fontana e banda iniciaram um baile dos anos 60 que contou com alguns convidados a caráter.
Esta tarde foi marcada ainda pelas homenagens aos amigos e patrocinadores do rancho folclórico, entre eles representantes do Banco Banif, o Frei Humberto do Santuário N.Senhora, o presidente da Casa Cultural Império do Minho, Raul Neves Pereira, a Maria Isabel Botelho que também é apresentadora do rancho, dentre outros.
Nesta tarde, o Rancho Folclórico Pedro Homem de Mello estreou a canção Vira a Carreira, original do Rancho Folclórico de Dem, freguesia de Caminha, Viana do Castelo. O vídeo pode ser conferido no site Youtube.com.br/MundoLusiada.