Mundo Lusíada
Para o vice-primeiro-ministro português, as instituições internacionais se enganaram em 2012 e voltaram a se enganar em 2013. “2012 foi o melhor ano de sempre das exportações e, surpresa das surpresas, 2013 voltará a ser o melhor ano de sempre das exportações portuguesas”, afirmou Paulo Portas.
Segundo ele, os resultados atingidos por Portugal “dão uma lição de humildade àqueles que fazem previsões econômicas e que olharam para as exportações portuguesas com grande ceticismo”.
Estas declarações foram feitas na abertura da oitava edição do Portugal Exportador, que ocorreu no centro de congressos, em Lisboa. “Em cinco anos, as exportações de Portugal passaram de 28% do Produto Interno Bruto (PIB) – correspondente a 31 bilhões de vendas em valor – para 40% do PIB no ano passado – correspondente a 45 bilhões de vendas”, referiu ainda o Vice-Primeiro-Ministro.
Paulo Portas afirmou também que este ano, Portugal alcançará os 41% do PIB ancorado nas exportações. “Tenho imenso orgulho nas empresas portuguesas que representam hoje um poderoso setor exportador para o nosso País”, sublinhou. “Em muito poucos anos, as exportações transformaram-se numa âncora muito mais decisiva da solidez da economia portuguesa”.
1716 Empregos
O Conselho de Ministros aprovou oito contratos de investimento no valor de 151 milhões de euros, que vão criar 207 empregos e manter 1509 postos de trabalho. Paulo Portas referiu que sete dos contratos são investimento industriais e um investimento turístico.
Portas afirmou que apesar de haver investimento para as regiões mais industrializadas, “é também preocupação do Governo que estes investimentos seja territorialmente distribuídos”, apontando a natureza e a localização dos investimentos: fábrica de biodiesel em Ílhavo; fábrica de metalomecânica pesada na Trofa; fábrica de produtos agroalimentares em Sintra; hotel em Évora; fábricas de pasta papel em Constância e na Figueira da Foz, e fábrica de tecido papel em Viana do Castelo.
2015
“Queremos em 2015 começar a baixar o IRS, que se viu aumentado nos últimos anos. E isto tem a ver com o rendimento disponível das famílias”, afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, na mesma semana.
Segundo ele, ainda falta recuperar muito no capítulo do investimento o que obriga a ter um imposto de sociedades [IRC] mais competitivo para investidores internacionais, mas acrescentou: “O Governo gostaria de cortar 10 pontos no IRC, mas não o podemos fazer […] procuramos um acordo com o principal partido da oposição para reduzir 2,5% por ano, nos próximos quatro anos”, o que transformará o imposto de sociedades num dos mais competitivos da Europa, um fator importante para atrair investimento, defende.
Apesar do Governo querer baixar os impostos, Paulo Portas lembrou que o acordado com a troika “não permite descidas até ao final do programa de assistência económica e financeira”.
Para Portas, do ponto de vista do financiamento, “a situação europeia continua a ser muito injusta para as empresas, que pagam pelo rating dos países, e não pelos seus desempenhos”. “E é injusto que empresas com magníficos desempenhos em Portugal ou em Espanha tenham que pagar juros muito mais altos que outras empresas, talvez com pior desempenho, mas que estão no norte da Europa”.