2.200 passageiros por embarcar em Cabo Verde sem serviços mínimos durante greve

Da Redação
Com Lusa

TAP-AirPortugal_logoCerca de 2.200 passageiros aguardam pela confirmação dos voos da TAP entre Cabo Verde e Lisboa, mantendo-se na expectativa quanto à possibilidade de embarcarem nas 25 ligações marcadas entre 01 e 10 de maio, disse fonte oficial. Em declarações à agência Lusa, o delegado da transportadora aérea portuguesa em Cabo Verde, João Inglês, lembrou que o arquipélago não foi contemplado com qualquer voo de serviços mínimos durante a greve dos pilotos da TAP, convocada para aquele período pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).

“Até à data de hoje, são cerca de 2.200 passageiros que têm reserva só de Cabo Verde para Portugal”, salientou João Inglês, lembrando que a TAP voa 16 vezes por semana para quatro destinos no arquipélago cabo-verdiano – Praia, Sal, São Vicente e Boavista.

O delegado da TAP em Cabo Verde adiantou que há vários dias que a companhia aérea portuguesa tem estado a contactar os passageiros no arquipélago com o intuito de os informar sobre a paralisação e da disponibilidade em alterar a data das viagens. “Alguns alteraram as datas e outros foram reembolsados no valor do bilhete adquirido”, acrescentou, sublinhando a possibilidade de os passageiros, uma vez reembolsado o valor do bilhete, poderem comprar um novo bilhete e viajar noutras companhias aéreas com ligações a Lisboa – apenas a TACV o faz.

“Os voos estão em aberto, mas só se saberá de fato se se realizam algumas horas antes”, disse, indicando que a TAP já cancelou três voos para Lisboa – o de sexta-feira à noite, a partir da Cidade da Praia, e os de domingo a partir do Sal e de São Vicente. Confirmados, garantiu, estão os voos de hoje à noite com destino a Lisboa, que partem da Cidade da Praia e do Sal às 23h55 locais (01h55 de sexta-feira em Portugal).

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) mantém a greve que se inicia à meia-noite, considerando que a administração da TAP não deu as “contrapartidas suficientes” para recuar na paralisação. “Não temos as contrapartidas suficientes”, disse em conferência de imprensa o diretor do SPAC, Hélder Santinhos, depois de ter afirmado que a greve de 10 dias dos pilotos da TAP e da Portugália se inicia mesmo à meia-noite, horário de Lisboa.

Nos dez dias de greve, seriam transportados na TAP e na Portugália cerca de 300 mil passageiros, num total de 3.000 voos, adiantou à Lusa fonte oficial do grupo, sendo cerca de 10% da operação abrangida pelos serviços mínimos, que prevê a realização de voos para Açores, Madeira, Brasil, Angola, Moçambique e sete cidades europeias.

Ainda assim, os passageiros com voos marcados na TAP entre 01 e 10 de maio poderão saber se têm viagem apenas com uma hora de antecedência, quando a companhia souber se os pilotos se apresentam ao serviço. Segundo a TAP, pelo caminho perderam-se cerca de 50 mil reservas, passageiros que pretendiam viajar com a transportadora aérea nacional, mas que acabaram por não avançar com a reserva, devido ao agendamento do protesto.

A Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (Deco) declarou que os passageiros devem ser reembolsados pelas viagens canceladas, em dinheiro, e não através da atribuição de vouchers. “A TAP tem proposto aos clientes a alteração de data da viagem ou a emissão de um voucher para gastar noutra viagem, sem dar a possibilidade de reembolso. Esta posição da transportadora aérea não é legalmente admissível” divulga a associação em nota.

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