Mundo Lusíada
Com Lusa
O Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se “grato” pelo parlamento estadual de Boston, nos Estados Unidos, homenagear Portugal e os portugueses, declarando preferir “deixar o coração falar” a ler um discurso escrito perante os congressistas.
“Formalmente devia ler um discurso, mas tenho a tentação de improvisar. Por que não deixar o meu coração falar e dizer-vos o que sinto no fundo do coração?”, questionou o chefe de Estado, perante aplausos de dezenas de congressistas e outras dezenas de cidadãos – nomeadamente lusodescendentes – presentes nas bancadas do parlamento estadual.
Depois, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou “gratidão” em nome de Portugal pela “amizade e parceria de muito tempo” entre o país e os Estados Unidos da América, lembrando o “atravessar do oceano” nos séculos anteriores, nomeadamente de açorianos.
“Nós, os portugueses, adoramos unir, não dividir”, disse ainda o chefe de Estado.
O senador de Massachusetts Mark Pacheco, lusodescendente, apresentou Marcelo Rebelo de Sousa como “o verdadeiro Presidente do povo”.
“Há dois dias nadava no mar dos Açores com os cidadãos e ontem [domingo] ignorou os serviços secretos e foi para o meio da população”, atravessando durante longos minutos o centro de Boston e tirando fotografias, prosseguiu Mark Pacheco, numa passagem aplaudida pelo senadores e cidadãos presentes na sessão.
Populismos
Marcelo Rebelo de Sousa ainda defendeu que a única forma de os políticos evitarem populismos é estando “perto das pessoas”, que têm “nomes, caras, sonhos”.
“Como pode um Presidente não estar perto das pessoas? As pessoas têm nomes, caras, sonhos. E são diferentes. A única forma de evitar populismos é estando perto das pessoas”, declarou o chefe de Estado, aplaudido posteriormente por dezenas de congressistas e cidadãos – nomeadamente lusodescendentes.
O programa das Comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas de 2018 arrancou no sábado em Ponta Delgada, na Região Autônoma dos Açores, seguiu depois para Boston e Providence, onde participou da festa do “Waterfire” dentro da programação do Dia de Portugal, terminando a visita nesta segunda-feira.
Ao contrário do Presidente da República, que a noite regressa a Lisboa, o primeiro-ministro permanece nos Estados Unidos até sábado, visitando várias cidades na Califórnia (São José, São Francisco e Sacramento) e Nova Iorque, com um programa eminentemente econômico-científico.
Mas o presidente já anunciou que vai voltar a visitar os Estados Unidos em novembro próximo, numa deslocação em que incluirá a costa oste norte-americana e zonas com grande presença de portugueses, como Fall River.