10 Junho: Porto responde a “tempos difíceis”, mas depois “é esquecido”

Da Redação
Com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, ouviu o hino nacional no terreiro da Sé do Porto, executado pela Orquestra Sinfônica do Conservatório de Música do Porto, antes da cerimônia de cumprimentos do corpo diplomático.

Após o hino, o Presidente dirigiu-se para a Sala do Trono, no Paço Episcopal, onde decorreu a cerimónia de cumprimentos do corpo diplomático acreditado em Portugal ao Presidente, representando cerca de 90 países.

No único pronunciamento, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, disse que em tempos difíceis no país, o Porto nunca deixou de corresponder, embora no fim de cada crise a cidade volte “inevitavelmente” a ser esquecida.

“Temos o orgulho intacto, por sabermos que, nos tempos difíceis, nos momentos mais críticos, a Pátria apela ao nosso contributo; e nunca deixámos de corresponder, apesar de também sabermos que, no fim de cada crise, o papel do Porto volta, inevitavelmente, a ser esquecido”, afirmou o autarca.

Falando na Cerimônia Comemorativa do Dia de Portugal, Dia de Camões e Dia das Comunidades Portugueses, Moreira admitiu que não faltará quem veja no seu discurso “algum bairrismo”. “Mas, muitas queixas que tenhamos e não calamos, nos portuenses temos honra, como poucos ou nenhuns, em sermos portugueses”, referiu.

Para o autarca, mesmo quando a crise bateu à porta “o Porto foi sempre o fiel da balança, sem nunca esmorecer” e fez como sempre “das tripas coração”. “Em vez de se queixar, resistiu e empreendeu. Cidade de Pergaminhos, que mais se pode exigir de uma cidade onde, como disse Torga, `Garrett pode nascer no calor do seu coração, António Nobre pode morar em paz dentro das suas portas e se mesmo numa das suas cadeias pode ser escrito o Amor de Perdição”, salientou.

Agradecendo ao chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o fato de ter decidido comemorar oficialmente o 10 de Junho no Porto, Moreira destacou a “sorte e a ventura” de Portugal ser um país diferente de muitos outros, permanecendo “uno”.

“Um país que, pese embora os desequilíbrios que nem sempre temos sabido compensar ou as rivalidades conseguimos atenuar, Portugal vive bem com a sua geografia, com a sua língua e com a sua cultura”, sustentou.

No final da sua intervenção, os cerca de 400 convidados assistiram a um concerto de órgão “Hino a Portugal”, composto pelo cônego António Ferreira dos Santos.

O primeiro dia das cerimônias oficiais do 10 de Junho, com sede este ano no Porto, termina após um espetáculo de fogo-de-artifício no terreiro da Sé, espaço que se encontra fechado à população.

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