Mundo Gastronômico: Vinho Madeira

Por Bete Carneiro

Barris de Madeira em estágio natural ao sol. Foto: Martin Herbst, 2004

 

Como havia prometido ao leitor José Pedro Baptista Gonçalves, estarei homenageando neste artigo, o Vinho Madeira.
 
Falo de um vinho fortificado, como o Vinho do Porto, porém o processo de elaboração  diferente, podendo acrescentar aguardente vínica, durante ou após a fermentação. E quanto mais tarde este processo acontece, mais seco será o vinho. Outra etapa de produção é a estufagem, onde a bebida é colocada em barris de aço inox, em salas com temperaturas de 45º a 50ºC, por um período de três meses. Este método reproduz os efeitos das antigas viagens marítimas, que o vinho ficava em tonéis e sofria com o balanço do mar e as temperaturas altas, e que relatam que o vinho chegava melhor do que quando embarcava.

 Com uma região privilegiada, de solo rico de materiais vulcânecos e compostos calcários e clima bem definido, resultando em desenvolvimento de diferentes espécies de viníferas. Uma Ilha belíssima, que petence a Portugal e está localiza a 40 km da costa de Marrocos, no Norte da África. Muita utilizada estratégicamente por Portugal nos séculos XV e XVI. Porém a maior influência na vitivinícola segundo a história foi a passagem dos gregos pela Ilha.
 
Um vinho marcado pela literatura de Skakespeare, na peça Henrique IV, onde o personagem Falsataff é acusado de vender a alma em troca de um cálice de Vinho Madeira: “que acordo fizeste tu com o diabo, que lhe vendeste a alma na passada Sexta-Feira Santa por um cálice de madeira e uma coxa fria de capão?”, nesta citada peça podemos ver a influência do vinho na Inglaterra.
 
Outra grande presença e talvez a de maior repercussão foi o fato do dia 4 de Julho de 1776, onde o vinho foi escolhidos pelos patricarcas da Carta da Independência dos Estados Unidos da América, para brindar este momento histórico, onde treze colônias se juntaram para afastar os ingleses e seus cobradores de impostos de seus país.
 
Um vinho de sabor marcante levando em cada cálice o sabor de histórias e conquistas, o que faz seu sabor mais único do que nunca.

Bete Carneiro
Consultora Gastronômica, escreve mensalmente a coluna “Mundo Gastronômico” sobre gastronomia e sua história, no Mundo Lusíada Online.
Site: http://www.doceepimentagastronomia.com.br/

4 Comments

  1. Bete
    Obrigado pelo artigo sobre o Vinho Madeira, o mesmo que Napoleão Bonaparte levou consigo para Ilha de Santa Helena no seu exílio.
    Nós madeirenses te agradecemos.
    Abraço,
    José Pedro (secretário do conselho deliberativo da Casa Iha da Madeira e folclorista colaborador do Grupo Infanto_Juvenil)

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