Remessa de euros por brasileiros que moram em Portugal diminui devido crise

Da Redação
Com agencias

logo_Brasil-Portugal-bandeiraNo ano passado, os cerca de 111 mil brasileiros que moravam em Portugal mandaram para o Brasil 225 milhões de euros (cerca de R$ 607 milhões). O valor é 35% menor do que o total enviado pelos brasileiros em 2006 (348 milhões de euros ou R$ 934 milhões).

Para a socióloga Filipa Pinho, do Observatório da Imigração (ligado ao Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa), a queda no total dos valores transferidos está ligada à crise econômica enfrentada por Portugal desde 2008. “Há uma redução de imigrantes brasileiros que moram em Portugal, o que se relaciona diretamente com a crise e com o aumento do desemprego, que afeta os portugueses e os estrangeiros imigrantes”, comentou a especialista à Agência Brasil.

Segundo dados do Banco Central português (Banco de Portugal), entre 2006 e 2012, o valor das remessas feitas por portugueses residentes no Brasil cresceu 31%. O saldo entre as remessas dos brasileiros e as emissões dos portugueses chega a 214 milhões de euros, no sentido Portugal para o Brasil.

De acordo com a socióloga, não há informações sobre quantos brasileiros deixaram Portugal após a crise na zona do euro nem sobre quantos portugueses saíram com destino ao Brasil, mas é esperado que a imigração de brasileiros, dilatada na última década, esteja se revertendo e que os portugueses (inclusive com boa formação escolar) estejam procurando países como Brasil e Angola para trabalhar.

A imigração tem sido considerada, por parte da população portuguesa, como uma saída para fugir do desemprego em Portugal que, atualmente, se aproxima da taxa de 17%. O país também enfrenta quadro de recessão (queda de 3,2% do Produto Interno Bruto).

Na avaliação da especialista, o cenário de desaquecimento da economia, que também espanta os brasileiros, não será suficiente para que a colônia verde-amarelo deixe de ser a maior entre os estrangeiros em Portugal. “Quem tem trabalho e vive aqui de forma estável pensará duas vezes antes de retornar ao Brasil”, avaliou Filipa Pinho.

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