Portugal quer maior aposta em aliança estratégica com Angola e o Brasil

Mundo Lusíada
Com Lusa

Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e presidente angolano, no palácio presidencial durante sua visita oficial a Angola, 17 Novembro. Foto: BRUNO FONSECA/LUSA

 

Em sua visita oficial a Angola, o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, disse que Portugal pretende ver “aprofundada e intensificada” a aliança estratégica que tem com Angola e o Brasil.
De acordo com o governante português, durante a audiência que manteve com o chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, pôde transmitir a perspetiva que Portugal tem sobre a aliança estratégica a ser desenvolvida entre os três países. “A relação entre Portugal e Angola não é de agora, não é de oportunidade, traduz não apenas um relacionamento de excelência que vamos mantendo há muitos anos, mas também uma aposta estratégica que os nossos governos têm feito”, disse Pedro Passos Coelho.
O primeiro-ministro português sublinhou ainda na sua intervenção que Portugal “tem uma visão, não de curto prazo, mas de médio e longo prazo sobre essa aliança estratégica”. “Aqueles que pensam que Portugal se volta agora para Angola ou para o Brasil porque atravessa um período econômico de maiores dificuldades estão a confundir aquilo que é acessório daquilo que é estruturante e essencial”, disse o governante.
Pedro Passos Coelho agradeceu a disponibilidade de Angola em ajudar Portugal nesta fase de crise que atravessa. “Fico muito sensibilizado com as palavras do senhor Presidente, que disse que tal como Portugal esteve nos momentos difíceis com Angola, também Angola está com Portugal neste momento mais difícil que atravessamos, mas a verdade é que o nosso relacionamento está muito mais para além das dificuldades”, frisou.
O governante português destacou ainda na sua intervenção a realização da primeira cimeira bilateral, em 2013, entre os dois países, subordinada à aliança estratégica, que engloba outros países.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro português manifestou o “apreço que Portugal sente pelo caminho de consolidação das instituições democráticas que se vem realizando em Angola”.

Memorando de Entendimento da Guiné-Bissau

O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, pediu o apoio e o empenho de Portugal para acelerar a assinatura do Memorando de Entendimento (ME) para a Guiné-Bissau, sobre o setor da defesa e segurança.
José Eduardo dos Santos apelou para que Portugal, que agora detém a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, “encete diligências quer em África, quer em outros continentes, por forma a garantir-se apoio à Guiné-Bissau e para que o ME seja assinado o mais depressa possível”.
Angola pretende mandar enviados especiais para os países de maior influência da CDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental), solicitando “maior atenção” para solicitarem maior atenção para o dossier Guiné-Bissau.
“Temos encontrado dificuldades junto de alguns países da CDEAO e a minha intenção é enviar enviados especiais a alguns desses países, sobretudo os mais influentes da região, por forma a pedir que prestem maior atenção a este dossier e que acelerem assinatura desse ME”, referiu.
Por sua vez, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, manifestou a sua “convicção” numa solução rápida para a estabilização da Guiné-Bissau, tendo em conta um encontro que manteve em setembro com o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon. “Nas últimas conversas que mantive em Nova Iorque com o SG da ONU obtive a convicção de que encontraremos para a Guiné-Bissau um quadro de apoio internacional que ajude à estabilização e à normalização do país e que traga algum reconhecimento e apoio externo, que esteve como todos sabem suspenso durante algum tempo”, acrescentou Passos Coelho.
Segundo Pedro Passos Coelho, a visita que Ban Ki-Moon pretende realizar à Guiné-Bissau nos próximos tempos “pode trazer não apenas o reconhecimento público para a situação, mas também o empenho do próprio Secretário-geral da ONU, para que se encontre uma solução de apoio internacional para o processo que está a ser desenvolvido na Guiné-Bissau”.
Angola, que detém atualmente a presidência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), tem apoiado a Guiné-Bissau no programa de reformas do setor da defesa e segurança do país, que durante algum tempo viveu sucessivos momentos de instabilidade político-militar. Além do apoio financeiro, orçado em mais de 600 milhões de dólares, Angola tem uma missão militar de cerca de 200 efetivos destacada na Guiné-Bissau, que durante um ano, estará a apoiar a reestruturação das Forças Armadas do país.

Guiné Equatorial na CPLP

Outro tópico do presidente angolano à Portugal foi no desenvolvimento de “diligências” para que a Guiné Equatorial passe a Estado membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O Presidente angolano manifestou ainda o empenho de Angola na expansão do português, para que seja língua de trabalho nas Nações Unidas e noutros países interessados em aderirem à comunidade.
“Tem em vista aqui o caso da Guiné Equatorial, país que está a dar passos firmes no sentido de cumprir com os critérios definidos pela organização e também as recomendações feitas na última cimeira da CPLP, por forma a que na próxima sessão, se assim todos o entenderem, possa adquirir o estatuto de Estado membro”, salientou.
Por sua vez, o primeiro-ministro português disse que Portugal está “aberto a considerar o alargamento da CPLP, a quem dê mostras de partilhar também (…)”.
Pedro Passos Coelho referiu ainda que o Governo português está aberto a discutir e a analisar a situação da Guiné Equatorial, que, segundo o primeiro-ministro português, no espaço regional, tem uma importância muito relevante para a Língua Portuguesa.

2 Comments

  1. Comentário sobre a Guiné Equatorial.
    – Tudo indica na história que este país foi colónia Portuguesa tendo passado para o domínio Espanhol em determinadas circunstâncias da história. Lá falou-se primeiro o PORTUGUÊS QUE O Castelhano. Mesmo aconteceu com o Uruguai, em que a população descende em grande parte de Açorianos. Quando da Independência do BRASIL O URUGUAI não acompanhou a mesma ficando com quatro representantes nas cortes Portuguesas. As tropas portuguesas ficaram no que restava Uruguai e se não me engano Paraguai, que agora têm como língua o Castelhano. Há que verificar essas situações, e outras por esse mundo fora, e tal e qual como
    a GUINÉ EQUATORIAL INTEGRÁ-LOS NA CPLP. Não esquecer comunidades de língua Portuguesa bem antigas espelhadas por esse mundo fora. Em África e Ásia.

  2. Ola pai !! finalmente consigo conhece-lo, passei só para dizer que o amo .. Desde que o uruguai aderiu ao euro que a coisa tem estado díficil lá para os lados asiáticos … Beijo pai!

    ps: o Mário Soares é um atrasado, e viva o Nené do Benfica(sim pai, eu sei que jogou com ele em Moçambique)

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