Sons e Danças de Portugal!

Um mestre do folclore, Michel Giacometti, embora nascido em “Ajaccio” na ilha de Córsega, deixou uma obra em Portugal das mais fantásticas para o nobre folclore português. Em 1959 fixou-se definitivamente em Portugal, vindo a falecer em 1990, aos 6l anos de idade.
Esse mestre formou-se na “Sorbonne em Paris”, em Letras e Etnografia e quando, em Portugal, apaixonou-se pela música e pelo folclore português, e segundo o mestre Fernando Lopes Graça, ele fundou uma entidade de pesquisas “Arquivos Sonoros Portugueses” e em conjunto com ele, gravaram vários discos de música regional portuguesa.
Nos Cantos e Danças de Portugal, uma imensa pesquisa ele empreendeu e nos premiou com a beleza simples do cidadão português que cantava, canta e dança essa maravilha folclórica, a chula, o corridinho, o malhão e enfim todo tipo de dança e cantiga folclórica do imenso Portugal, que espalhou-se por todo Brasil também, junto às casas de folclore e associações luso-brasileiras.
A explanação de toda essa obra que aqui estou tentando explicar foi relatada pelo próprio Michel Giacometti e por Fernando Lopes Graça com uma especial sutileza desses autores, com uma explicação correta das mais variadas regiões de Portugal, das suas músicas e das suas danças, dos seus cantos e danças, bem como, das recolhas desse mestre Michel Giacometti.
CHULA: do Concelho de Resende em Viseu, a música é executada numa “rabeca” acompanhada de uma simples guitarra, e a Chula é muito apreciada pelas populações rurais do Douro e do Minho. Ela é geralmente cantada na base do desafio, em quadras populares e dançada com acompanhamento de rabeca, viola, tambor e ferrinhos.
MODA DA ZAMBURRA, do Concelho de Castelo Branco, são canções entoadas dos Reis no Entrudo e são acompanhadas por “adufes, almofarrizes, garrafas com garfos a tilintar e zamburras e geralmente um púcaro de barro ao qual se adapta um pedaço de pele de anho, atado em um pau de gamão ou abrótega e cantiga: Esta noite não é noite- Não é noite de dormir-Nem esta nem a que vem-Nem a que está para vir- Não é noite para vir!
MODA DE SACHA, do Concelho de Ponte de Lima em Viana do Castelo, geralmente entoada em 4 partes com cantos coletivos em duas ou três vozes: Inda não vi a tristeza dar de comer a ninguém- Ai,Ai! Quem lhá de amar- Quem lhá de amar, menina- Quem lhá de amar, amar- Quem lhá de querer, ó linda- Ai !
SENHORA DA PÓVOA, Canto de romaria da Senhora da Póvoa no Vale do Lobo e no Domingo de Pentecostes, entoado por três mulheres do Concelho Idenha-a-Nova de Castelo Branco, e acompanhadas por adultos, uma espécie de pandeiro quadrangular sem soalhas e com pedaços de lousa, moedas ou então com outros materiais: Senhora da Póvoa-Nossa Senhora da Póvoa-Vosso caminho não sei-Tem boca e vai a Roma-Quem tem boca vai a Roma- Eu assim também farei!
FANDANGO SALOIO, VARIANTRE DO FANDANGO CONHECIDO NO RIBATEJO, Concelho de Mafra, é executado num simples realejo, acompanhado por duas colheres que fazem o tipo castanhola e para dificultar o fandanquista no seu sapateado tripidante, dança em uma das mesas com um candiero de petróleo na sua cabeça.
REDONDO, canção dançada e acompanhada de gaita de foles, bumbo, caixa e ferrinhos. No Concelho de Miranda do Douro, região de Bragança/Trás-os-Montes é um misto com canções dos trovadores provençais, sendo que, a primeira quadra do baile é cantada pelas mulheres: Nós aqui a bós dai-Sodes tantos como nós-Mataremos um cachorro-Los cornos são para nós!
SENHORA DO CARMO é um vibrante canto por uma voz feminina e em Teixoso, região de Covilhã e Castelo Branco e em cuja superstição bastava chacoalhar o chocalhinho do porco para se livrar dos serões e ao lado da imagem de Santo Antão: Quando é vosso dia? Nossa Senhora do Carmo-Quando é- Quando é vosso dia? No dia 15 de Agosto-Fazeis vós-Fazeis vós Serra de areia!
FESTAS DE SÃO JOÃO, estas festas eram os antigos ritos solares de purificação, feitas com fogo e água, que ficaria sagrada na Noite de São João, é do Concelho de Aljustrel em Beja. E geralmente cantada pelo coral alentejano e em vozes masculinas.
REIS era só conhecido no Concelho de Castelo Branco e na véspera do dia dos Reis, o povo juntava-se no largo da capela do Espírito Santo junto ao bumbo, tambor da confraria e percorriam as ruas a cantar: Alegrai-vos, alegrai-vos- Oh! que aqui estão-Aqui estão os três Reis Magos-Os três Reis Magos vêm chegando-Oh! em seguida – Em seguida vem a Guia-Ele Rei se chamaria-Filho da Virgem Maria!
Portanto, alguns exemplos citados, visto que, centenas de sons e danças foram anotados e graças a esses mestres do folclore MICHEL GIACOMETTI e FERNANDO LOPES-GRAÇA, podemos hoje saber sobre todas essas maravilhas, o que representa uma conquista fabulosa, cujas músicas e cantigas estão gravadas no CD “SONGS AND DANCES OF PORTUGAL”, Edição da Secretaria do Estado de Cultura, para honra e glória do nosso querido e eterno PORTUGAL.

Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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