O Amor! Em português arcaico

Por Adriano Augusto da Costa Filho

Na formação de quase todos os países do planeta Terra, a emigração foi fator preponderante, raças e povos invadiam outras regiões, onde existiam países ou tribos habitacionais e dai, adveio a formação de países, raças, povos, habitantes, que no caldeamento das raças formaram novos povos e consequentemente novas línguas.
Em Portugal aconteceu da mesma forma, e como na região da Península Ibérica existiam vários povos, como os Iberos, os Lusitanos etc… houve invasões de outros povos que do mesmo jeito acabaram se caldeando com essas tribos existentes formando novas povoações. E naturalmente com o convívio diário com os invasores, certamente as suas línguas se fundiram.
No decorrer de milhares de séculos, as primitivas invasões de povos se deram há mais de 3.000 anos antes de Cristo, e um dos povos invasores foram os “CELTAS”, povo que veio do centro da Europa e chegando na região da “Lusitânia” não prosseguiram mais porque encontraram o Oceano e ali fixaram-se. Era um povo já mais adiantado, conhecedor da liga do ferro e eram até bons ourives. Outros povos ali chegaram como os “godos”, os “visigodos”, depois vieram os álamos, os “romanos” e finalmente os “mouros”.
Evidentemente muitas palavras que hoje pronunciamos no Português Moderno são derivadas de palavras desses povos todos, como exemplo a palavra “rocha”, uma palavra “Celta” e assim por diante. E uma das mais fortes invasões foi a dos romanos, os quais chegaram na península no ano 300 antes de Cristo e permaneceram até o ano 711 de nossa era, e que depois da expulsão desse povo, houve a invasão dos “mouros” que perduraram até o ano 1452 de nossa era, quando foram expulsos também.
Além das línguas similares que os Celtas deixaram, a entrada do “Latim” pelos romanos, que ficaram 1000 anos na “Lusitânia”, houve naturalmente a modificação da língua lusitana/céltica, e os povos ali começaram a falar um “latim/lusitano”, isso foi sofrendo uma modificação paulatina até atingirmos um “Lusitano/arcaico”, que com o ajuntamento da língua dos mouros, que também ficaram 700 anos na “Lusitânia, e já no Portugal novo formou-se o “Português arcaico” e depois da expulsão definitiva dos mouros em 1452, o mestre da nossa língua, Luiz Vaz de Camões, criou o Português moderno.
A Língua encerrada nos primórdios do século 15 e 16, era naturalmente parecida com o “Português moderno” e para exemplificar eu fiz uma poesia sobre a língua do “Português Arcaico”  que ora demonstro para conhecimento, como seja:
O AMOR! EM PORTUGUÊS ARCAICO –

Primeiro em Português Arcaico ( tradução em Português Moderno):

Eu já moiro por vós.                                               Eu já morro por vós,
Que non vos vi a sós.                                            Que não vos vi a sós.
Mia Senhor doirada,                                               Minha Senhora dourada,
Quando vos eu vi calada!                                      Quando vos eu vi calada !
Eu non vos vi fea,                                                    Eu não vos vi feia,
Beleza que vos semelha.                                      Beleza que vos parece.
Oh! mia Senhor que dia,                                       Oh! minha Senhora que dia,
Me foi a mim algria !                                               Me foi a mim alegria !
De ver por vós n’alfaia,                                           De ver por vós presente,
Que vos eu vi en saia.                                            Que vos eu vi em manto.
Non quereis que vos retraia,                                Não quereis que vos retrate,
Para mim aquel seria bon dia !                           Para mim aquele seria bom dia !

 

Por Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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